Editorial de 1 de fevereiro de 2023
3 min readEditorial da edição N.º 1290 do jornal de 1 de fevereiro de 2023
Em qualquer actividade profissional tem de haver muita seriedade, muito profissionalismo e acima de tudo o desejo de vencer.
A actividade a que nos estamos a referir, tem naturalmente necessidade de cumprir todos estes predicados para poder ter êxito. Como facilmente é perceptível, estamos a referirmo-nos ao que se tem passado no futebol profissional da Sporting Clube Olhanense Futebol SAD, que de fracasso em fracasso atingiu o ponto mais baixo a que jamais o nosso Clube chegou.
Estamos em crer que desde o primeiro dia os elementos que dirigiram a SAD não cuidaram de, inteligentemente, interpretar o vasto historial do Sporting Clube Olhanense e se o fizessem entenderiam que em Olhão tudo se faz de forma a que os fracassos se tornem êxitos.
Foi com esforço, pertinácia e muito querer que os valorosos marítimos olhanenses foram ao Brasil levar a boa nova ao Rei, o que ainda hoje é recordado por todas as gerações de olhanenses e é bem revelador de que só com luta e trabalho se conseguem cumprir e se alcançam os objectivos.
Já os novos donos do Olhanense, terão pensado que tudo apareceria feito e que o tempo se encarregaria de lhes dar o que nunca fizeram por merecer. Desperdiçaram todo o trabalho que vinha sendo feito e não entenderam que o sucesso dá muito trabalho. Que o diga Isidoro Sousa e conte a quem o quiser ouvir, o trabalho que deu guindar o Olhanense à Primeira Liga.
O Olhanense, hoje, navega em águas tumultuosas, das quais sozinho nunca conseguirá sair. Atiraram-no para um lamaçal, onde “as areias movediças” dificilmente permitem que de lá saia.
Pedir a todos que se unam em volta do antigo Campeão de Portugal, para que este possa ainda sobreviver, vai-nos cansando, pois por mais que insistamos, parece-nos que estamos a pregar no deserto.
Insiste-se em assacar culpas à Direcção do Clube e, por mais que expliquemos que o Clube nada tem a ver com a gestão do futebol profissional e que o seu Presidente Isidoro Sousa não usufrui de qualquer autonomia na SAD, já devia ter sido interiorizado por todos os Olhanenses. Mas, também isso, parece ser difícil de entender.
Recuemos no tempo para lembrar que com a entrada dos italianos no Sporting Clube Olhanense, gerou-se uma onda de expectativa que agradou a muitos e a outros nem tanto. Estes, qual premonição, o tempo encarregou-se de lhes dar razão. Porém, como diz o povo na sua imensa sabedoria, quem adivinha ganha duas partes e foi isso que aconteceu, se soubéssemos o que sabemos hoje tudo teria corrido de uma forma diferente, pelo que hoje o que temos é filho da tal gestão desastrada que as diversas administrações da SAD, desde sempre, fizeram e, quando assim é, uma coisa está garantida: o fracasso.
Temos no horizonte, como mais que provável, a descida à I Divisão Distrital e com ela uma travessia do deserto de enormes proporções, pelo que é preciso estarmos preparados para isso.
Mas, mais uma vez temos de tocar no cerne da questão: O actual administrador da SAD tem de ser muito transparente, assumindo com frontalidade o que vai fazer para o ano, se forma equipa ou não. Se desiste ou continua e, se continuar, o que deseja fazer, se está nos seus planos atirar a equipa que gere para a II Divisão Distrital. Não pode continuar a dizer a uns sim, a outros não e ainda a outros “nim”.
Por outro lado, que pode fazer a Direcção do Clube para evitar que a SAD continue a denegrir o nome do Gloriosos Olhanense?
Com que apoios pode contar? Estarão os sócios que debandaram dispostos a regressar?
Estas interrogações e outras podem parecer despropositadas por prematuras, mas o alerta aqui fica: Temos de começar já a preparar a próxima época pois o tempo “voa” e ela começa já “amanhã”, por isso é tempo dos olhanenses dizerem o que querem do Sporting Clube Olhanense.
Mário Proença
Director